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Micróbios Intestinais, Vilões ou Mocinhos?

No laboratório na Universidade Estadual de Michigan (MSU), foi testado o efeito de uma droga em ratos e observado a perda de densidade óssea. Esse era um resultado totalmente inesperado para a droga. Vendo potencial para o desenvolvimento de uma nova função, os pesquisadores tentaram repetir os resultados usando novos ratos. Porém não conseguiram e obtiveram um resultado totalmente diferente do primeiro. E isso é um problema! Então Laura McCabe e sua equipe coletaram as fezes dos ratos e perceberam que cada grupo tinha uma composição microbiana particular e daí surgiu a hipótese de que isso poderia ter afetado a pesquisa.

Estes resultados trouxeram a tona uma complicada questão envolvendo experimentos científicos: o risco dos micróbios intestinais e suas formas de controle dificultarem a replicação de experiências e influenciar resultados de pesquisa. Essa questão imediatamente causou preocupações no campo da psicologia e do câncer, que usam cobaias em suas experimentações. Devido à variedade de espécies de micróbios encontrados da flora intestinal de roedores, a replicação de experimentos com o rato torna-se difícil, visto que alteraria os resultados. Uma idéia seria “esterilizar” os ratos, matando todos os elementos da flora bacteriana antes dos experimentos.  Porém, alguns micróbios são essenciais para a saúde e auxiliam na obtenção de imunidade (o que também é visto nos seres humanos) e também muitos microrganismos tem função fundamental auxiliando a digestão. Logo, a morte da flora bacteriana também iria trazer péssimos resultados para as pesquisas.

 Mas pode esta variável ser controlada? Os pesquisadores então analisam não somente o controle da luz, temperatura e a gaiola, mas principalmente as variáveis ocultas dos ambientes idênticos. Alguns pesquisadores suspeitam que até mesmo stress, tais como uma separação precoce da mãe, também pode alterar o ecossistema microbiano de um rato. Como solução, cientistas já fazem consultas com os fornecedores de ratos para os laboratórios e sugeriram a inclusão de SFB (bactérias filamentosas segmentadas) com capacidade de aderir ás células epiteliais intestinais. Estas bactérias são conhecidas na ativação do sistema imune intestinal e seriam suficientes para “uniformizar” os ratos das pesquisas.  Também deverá ser feita a monitoração de como os micróbios podem influenciar hospedeiros através de dietas e antibióticos. Tudo para minimizar os erros nas ciências.  

 

  julho/2017

Autora: Isabella Cristina.

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