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Cientistas utilizaram como modelo os levedos (fungos) da Cerveja, Saccharomyces cerevisiae, para e comprovar e identificar o mecanismo molecular da evolução. Há séculos o mistério dos seres sexuados e de suas origens intriga os cientistas, devido as grandes dificuldades presentes no mesmo. A cada dia mais peças deste quebra cabeça vem sendo reveladas, contribuindo para o entendimento deste processo que foi de suma importância para a manutenção e diversificação da vida no planeta.
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A origem dos seres sexuados é desconhecida e intrigante, pois uma característica como o sexo que demanda muito trabalho, além de só permitir a passagem de metade do material genético, estar presente em tantos seres. Em contra partida, nos seres assexuados onde não há necessidade de parceiro para continuidade da espécie o trabalho se torna menor, além da propagação total do material, o que o tornaria mais vantajoso.
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Com o sexo os seres ganham uma das características
fundamentais para a evolução, uma maior variabilidade
genética. Proporcionando aos seres sexuados uma maior
taxa adaptação em relação aos seres assexuados. Está
adaptação é principalmente devido ao processo de
Crossing-Over, no qual permite aos seres a combinação
das mutações benéficas dando uma maior seleção a um
grupo, ou combinar as mutações maléficas proporcionando
excluindo este grupo de mutações.
Vários estudos já comprovaram o ganho na taxa adaptativa.
Na maioria focando em mudanças fenotípicas e não em nível
molecular. Com isso pouco se sabe sobre as consequências
do sexo no nível molecular, e sua influencia completa
na dinâmica evolutiva.
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Em Março de 2016 uma publicação da NATURE se dedicou a identificar essas influencias em nível molecular. A publicação foi “Sex speeds adaptation by altering the dynamics of molecular evolution” de Michael J. McDonald, Daniel P. Rice & Michael M. Desai. Eles fizeram uma comparação da dinâmica de evolução com o sequenciamento os genes do levedo da Cerveja (Saccharomyces cerevisiae).
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No experimento foram cultivados 6 colônias sexuadas e 12 assexuadas (utilizaram cepas do banco de dados Genotype and Strain Construction), no qual tentaram manter as preções evolutivas iguais para os grupos. Por fim a cada ciclo de 90 gerações se estimulava a reprodução, além de fazer o sequenciamento gênico das bactérias para poder rastear as mutações. No total foram aproximadamente 1000 gerações, totalizando 11 ciclos de reprodução. Assim com o acompanhamento das mutações vários efeitos foram vistos e comprovados. Nas populações assexuadas a Seleção Natural não atua de uma forma efetiva, devido á uniformidade nas mutações, e também ao efeito carona que mantem muitas mutações. O que provocou um crescimento de forma igual na grande maioria das linhagens. Em contra partida nas populações sexuadas notou-se uma atuação mais efetiva da Seleção Natural, direcionando conjuntos de genes específicos provocando uma predominância em algumas linhagens. Portanto o sexo é um instrumento fundamental na eficácia da Seleção Natural, no qual ajuda a direcionar certas linhagens, sendo uma das principais peças da Evolução. Com tudo isso é só mais das milhares de peças para o mistério da origem dos seres sexuados.
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Março/2016
Autor: Eliude Boaventura Matos​
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Para saber mais: McDonald, M. J.; Rice, D. P.; Desai, M. M. 2016. Sex speeds adaptation by altering the dynamics of molecular evolution. NATURE. 531, 233–236
DOI:10.1038/nature17143
Cerveja! A Evolução do Sexo
